Dentro da Aeronave

JORNALISTA ACUSADO DE ESTUPRO É PRESO DENTRO DE AVIÃO EM VÁRZEA GRANDE

Ele teria descumprido medida protetiva contra a vitima

26/11/2019 08:19:40
Victor Ostetti

   Leonardo Heitor, jornalista, de 38 anos, foi preso na segunda-feira (25) acusado de quebrar uma medida protetiva concedida a uma mulher que o acusa de estupro, o acusado diz não ter infringido a ordem judicial e que provará sua inocência.

   O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 1ª Vara da Violência Doméstica e Familiar da Capital e cumprido pela delegada Nubya Beatriz, da Delegacia Especializada na Defesa da Mulher de Cuiabá, no Aeroporto de Várzea Grande.

   O jornalista estava retornando de uma viagem para a Bahia. Ele teria recebido a ordem de prisão ainda dentro da aeronave.

   Leonardo é acusado de ir ao mesmo prédio em que a vítima trabalha na Avenida do CPA (Historiador Rubens de Mendonça), quebrando a ordem judicial de manter uma distância mínima da acusadora.

   Na delegacia, o jornalista afirmou não ter quebrado a medida protetiva, uma vez que não sabia que a vítima trabalhava no prédio e que, ainda que soubesse, ela não estava lá no dia do fato.

   “Eu fui consultar dois advogados – um cível e outro criminal – um fica no 14º e o outro não lembro. Sinceramente eu não sabia, porque na medida protetiva estava só o endereço residencial. Se eu soubesse [que seu local de trabalho fica no imóvel] não teria ido, não tenho o que temer ou esconder”, disse.

   “No meu entendimento, eu não descumpri medida nenhuma. Até pelo que foi me passado a mulher sequer estava no trabalho, ou seja, como posso ter descumprido uma medida protetiva contra uma pessoa que sequer estava no local? Eu não saía de casa com receio justamente de encontrá-la em algum lugar e ter algum tipo de problema. Espero que esse mal entendido seja solucionado”.

   O jornalista diz ter documentos que "provam" a sua inocência e ainda acusa a vítima de querer se vingar dele.

   “Eu apresentei provas de que as acusações que ela fez foram infundadas. E [sobre] a acusação de estupro, eu apresentei uma ligação alertando que ela queria se vingar de mim antes de toda essa história. Isso foi apresentado aqui, assim como outras provas, de que a única vez que tive alguma coisa com ela foi com total consentimento. E não vejo como veracidade tudo isso que ela está falando. Vou provar na justiça”.

   Além da acusação de estupro, Heitor também foi acusado de tentativa de estupro, assédio e importunação sexual. Mais de 10 jornalistas o denunciaram na Delegacia da Mulher em outubro deste ano.

   Conforme as denúncias, o jornalista abordava as mulheres pelo aplicativo WhatsApp com número de DDD de outros estados, com nome e fotos de outra pessoa.

   Durante as conversas, mandava diversas fotos de pênis, além de mensagens de cunho erótico.

   “[Sobre] Essa história do número de Brasília, eu não uso esse numero já há três anos. Esse número está cancelado desde maio do ano passado. Eu tenho a minha consciência limpa. Eu fiquei de conversa com algumas colegas, colegas que deram abertura, inclusive. Vou provar, apresentei a documentação de tudo. Tudo que eu entendo que comprova o que eu fiz e o que eu não fiz”, afirmou.

   Quanto à viagem para fora do Estado, o jornalista alegou que não tinha interesse em fugir e que já havia programado o passeio há seis meses.

Indiciado no Espírito Santo

   Em julho deste ano, o jornalista foi indiciado em Vitória (ES), aonde chegou a morar por utilizar do mesmo “modus operandi” para importunar ao menos 10 mulheres.

   Lá, as investigações contra o jornalista estão mais avançadas. Ele já foi indiciado pelo artigo 65 da Lei das Contravenções Penais. O artigo se refere a molestar alguém ou perturbar a tranquilidade, por acinte ou motivo reprovável. A pena prevista é de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa.

   “Tem muita gente se aproveitando da situação para fazer denúncias que não procedem ou estão sendo induzidas ao erro por conta de uma matéria do Espírito Santo”, lamenta, referindo-se a uma reportagem do site capixaba Gazeta Online, que publicou matéria sobre seu indiciamento em Vitória.

   O jornalista, que já trabalhou em diversos sites de Cuiabá, era lotado como assessor de imprensa no gabinete de um deputado que o exonerou em outubro deste ano.


Redação
Fonte: MidiaNews



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